Cuidado Contínuo
Há alguns anos, o Alzheimer não era uma doença tão conhecida na sociedade. Por mais que tenha sido descoberta no início do século XX, por um médico psiquiatra alemão, Alois Alzheimer, mais recentemente é que tivemos grandes avanços no seu diagnóstico e tratamento.
É importante saber que estamos falando de uma doença que ainda não tem cura, mas cuja descoberta precoce seguida do acompanhamento profissional é fundamental para a qualidade de vida do paciente.
Que tal saber um pouco mais sobre o assunto? Preparamos um conteúdo especial para você entender como é possível manter o bem-estar depois de ser diagnosticado com Alzheimer. Confira!
O que é alzheimer?
A doença é classificada como neurodegenerativa por causar uma perda progressiva das capacidades cerebrais, principalmente porque afeta o sistema nervoso e ataca os nossos neurônios. Essas estruturas não se recuperam ou se multiplicam com o tempo, o que significa que é preciso aprender a lidar com a perda delas.
E o que acontece dentro do cérebro? O problema está nas proteínas do sistema nervoso central, que passam a se instalar perto dos neurônios e acabam prejudicando seu funcionamento. Desse modo, ocorre a perda dessas células e, consequentemente, das funções que estão ligadas à memória, raciocínio, concentração, entre outras.
Por isso, o Alzheimer é uma doença normalmente relacionada ao esquecimento. Seus sintomas geralmente se manifestam na terceira idade e é raro encontrar casos que sejam diagnosticados antes dos 60 anos. Outro detalhe relevante é a existência de diferentes fases, pois os pacientes podem apresentar leves alterações até quadros de demência bastante avançados.
Quais os fatores de risco?
As causas do Alzheimer ainda não são totalmente conhecidas e esse é um foco de pesquisas no mundo inteiro. O que sabemos até agora é que a idade e o histórico familiar estão entre os principais fatores de risco para desenvolver a doença.
Porém, a boa notícia é que eles não são determinantes. É possível “controlar” essa tendência genética com hábitos de vida saudáveis, que vão ajudar a retardar o seu desenvolvimento. Alguns exemplos de atitudes que fazem a diferença são: manter uma dieta equilibrada, exercitar o corpo e a mente com regularidade, evitar o tabagismo e o consumo de álcool etc.
Outro tópico que frequentemente aparece nesses estudos é a importância da educação, por conta dos estímulos cerebrais. Pessoas com baixa escolaridade podem ter maior chance de desenvolver o Alzheimer, já que o intelecto não é tão trabalhado ao longo da vida. Em outras palavras, o foco não deve ser apenas cuidar do corpo, mas também manter em alta as atividades cerebrais!
Quais os principais sintomas?
Como citamos acima, o Alzheimer é a “doença da memória”. Em geral, o esquecimento costuma ser o seu sinal mais frequente, mas nem sempre as pessoas levam a sério a ponto de buscar um diagnóstico e tratamento.
Por isso é tão importante ficar atento ao dia a dia e também contar com a ajuda de pessoas que estão ao nosso redor. Os exames periódicos são essenciais, embora talvez seja necessário investigar mais a fundo quando há suspeitas.
Há vários sintomas comuns da condição. Entre os principais, estão:
- ● dificuldade de memorização, especialmente sobre acontecimentos recentes;
- ● lentidão de raciocínio e repetição das falas;
- ● dificuldade para se comunicar e realizar outras atividades naturais da rotina, como dirigir ou cozinhar;
- ● alterações de humor com tendência a irritabilidade;
- ● desorientação de tempo e espaço;
- ● isolamento social progressivo;
- ● perda da motivação sem motivo aparente.
Nem sempre todos esses indícios vão aparecer de uma só vez e pode não ser tão simples identificá-los como sinais de Alzheimer. Situações de estresse ou outro desequilíbrio emocional, por exemplo, também podem causar certa confusão.
Sendo uma condição progressiva, é natural que os sintomas evoluam com o tempo, sobretudo quando não estão sob tratamento. Logo, cada fase apresenta sinais característicos. Confira!
● Fase 1 ou inicial: aparecem as primeiras perdas de memória, alterações de humor e dificuldades na rotina ligadas à memória, como lembrar dos remédios, de uma receita, de um compromisso etc.;
● Fase 2 ou moderada: as dificuldades se intensificam, especialmente na hora de realizar tarefas simples, como preparar refeições ou realizar um trajeto conhecido;
● Fase 3 ou grave: as deficiências físicas e mentais são claras, com resistência para cumprir atividades do dia a dia e maior grau de irritabilidade;
● Fase 4 ou terminal: o paciente costuma ficar restrito ao leito, perde as capacidades de interação e requer supervisão constante.
Como obter o diagnóstico?
Assim como qualquer outra doença, o diagnóstico só pode ser feito por um profissional da área. Nesse contexto, as especialidades que lidam com o Alzheimer são Geriatria, Neurologia e Psiquiatria. Aliás, existem médicos especialistas que estudam o problema há anos e contam com a experiência de atender milhares de pacientes já diagnosticados.
Exames físicos, neurológicos e de imagem ajudam a fazer o rastreamento necessário, além de uma avaliação das condições mentais. Muitas vezes, é possível perceber em uma simples conversa que existe a possibilidade de a pessoa ter a doença.
O mais importante é ter a consciência de que o diagnóstico precoce pode ser um grande diferencial para evitar a progressão do caso, controlar sintomas e proporcionar uma boa qualidade de vida.
Como é feito o tratamento?
Embora existam medicações específicas para o Alzheimer, que foram desenvolvidas para estabilizar os casos, o tratamento é individual e depende da avaliação de cada paciente.
Mesmo que não tenha cura, não podemos pensar que o acompanhamento médico é dispensável, até porque a tendência é que haja uma evolução dos sintomas — o que vai comprometer o bem-estar do paciente e, provavelmente, a capacidade de realizar suas atividades cotidianas.
Além dos medicamentos, existem os cuidados extras que contribuem bastante para a qualidade de vida. Um exemplo disso é a terapia ocupacional, que é muito recomendada por ajudar a estimular diversas habilidades do nosso corpo. A realização de outras atividades, como exercícios físicos, leitura e psicoterapia também pode ser muito eficaz para auxiliar no tratamento.
Qual a importância de uma rede de apoio?
Esse é um ponto superimportante sobre a doença de Alzheimer. A perda das funções cognitivas geralmente requer uma rede de apoio para que o paciente não fique tão limitado no seu dia a dia. Ter a ajuda, o cuidado e a proteção de pessoas queridas é fundamental para aqueles que foram diagnosticados.
Dependendo do grau de avanço da doença, é necessário contar com pelo menos uma pessoa por 24 horas para auxiliar em todas as tarefas básicas. Mais do que isso, a convivência social e o afeto são como uma terapia para os pacientes, mesmo quando eles parecem não se importar com isso.
Doenças neurodegenerativas não são fáceis de lidar, e isso exige paciência, compreensão e carinho por parte daqueles que estão ao redor. Essa dedicação pode fazer toda a diferença.
Conhece alguém que tem a doença de Alzheimer? A importância do diagnóstico precoce e da rede de apoio são as melhores mensagens que você pode transmitir depois de ler este artigo!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.