Diabetes: saiba o que é, quais são os tipos, os sintomas e como tratá-lo

Cuidado Contínuo

Diabetes: saiba o que é, quais são os tipos, os sintomas e como tratá-lo

O diabetes é uma das doenças crônicas com a maior prevalência na população brasileira. Inclusive, segundo o Atlas da Federação Internacional da Diabetes (IDF), o Brasil é o 5º país commaior incidência de pacientes com diagnóstico de diabetes em todo o mundo, havendo um número superior a 16,8 milhões de casos confirmados. Ou seja, ficamos atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Diante disso, entender como a condição se manifesta e descobrir como é possível preveni-la é um dos passos fundamentais para priorizar os cuidados com a saúde e, claro, minimizar as chances de desenvolvimento da doença. Aliás, a partir disso, torna-se viável preservar a sua qualidade de vida e o seu bem-estar.

Considerando a relevância do tema, neste post, vamos apresentar mais detalhes sobre os diferentes tipos de diabetes, as causas comuns, o diagnóstico, o tratamento e a prevenção. Continue a leitura e fique por dentro!

O que é o diabetes?

Diabetes é o nome dado à condição que leva os níveis de glicose (açúcar) no sangue a aumentarem consideravelmente

A propósito, uma característica-chave dessa doença é que o quadro de hiperglicemia ocorre de maneira crônica. Dessa forma, se não for controlada, a glicose sanguínea só tende a subir.

Entretanto — apesar de o aspecto central da doença ser o mesmo —, há diferentes tipos de diabetes.

Cada um deles pode ser desencadeado por fatores genéticos, comportamentais e contextuais, mas todos se relacionam com a forma como a insulina é produzida ou absorvida pelo nosso corpo.

Quais são as causas do diabetes?

Para entender melhor as causas comuns do diabetes, é interessante conhecer um pouco mais as funções da insulina

. O hormônio, que é produzido no pâncreas, é o principal responsável por garantir a entrada da glicose no corpo humano.

Já a glicose exerce um papel fundamental, pois gera a energia de que o nosso organismo precisa para desempenhar as mais variadas atividades. Aliás, é a partir da sua quebra, por exemplo, que conseguimos ter energia para uma corrida.

Desse modo, diante do consumo de um alimento que seja uma fonte de carboidratos, por exemplo, ocorre o primeiro contato do nutriente com o corpo. A partir disso, a insulina atua promovendo a quebra das moléculas de glicose com o objetivo de facilitar a absorção dessa substância pelo organismo e a sua entrada nas células.

Quando acontece alguma disfunção no modo como a insulina age no corpo humano, a quebra das moléculas de glicose também sofre alterações. Inclusive, o mesmo ocorre quando há excesso de glicose no organismo, o que pode provocar mudanças na ação da insulina.

O diabetes surge por conta de uma dessas condições.

Dito isso, a grande questão é: o que leva a problemas na maneira como a insulina age no corpo? Bem, estamos falando de um resultado que provém tanto da forma como ela é reconhecida pelo organismo quanto da presença de danos no órgão que a produz: o pâncreas.

Assim, estão entre as principais causas do diabetes:

●        A destruição das células de insulina do corpo humano devido a problemas de reconhecimento do sistema imunológico, que destrói o hormônio de forma equivocada;

●        A resistência do organismo à insulina;

●        A diminuição da tolerância à glicose durante a gestação, que pode passar a ser crônica após o parto;

●        A presença de problemas genéticos;

●        As doenças do pâncreas, como pancreatite, neoplasia, hemocromatose e fibrose cística;

●        O uso de alguns tipos de medicamentos e/ou produtos químicos, que induzem o diabetes, como diuréticos, corticoides, alguns métodos contraceptivos, entre outros.

Além disso, há alguns fatores de risco que precisam ser considerados. São eles:

●        Diagnósticos de pré-diabetes;

●        Hipertensão;

●        Taxas altas de colesterol ou de triglicérides;

●        Sobrepeso e obesidade;

●        Doenças renais crônicas;

●        Diabetes gestacional;

●        Existência de parentes próximos com histórico de diabetes;

●        Síndrome de ovários policísticos;

●        Apneia do sono.

Quais são os tipos de diabetes?

Como vimos, o diabetes pode ter causas diferentes e, por isso, a doença é classificada por tipos. Assim, torna-se possível direcionar os tratamentos de forma mais adequada, caso a caso.

A propósito, cabe lembrar que, independentemente do tipo, seguir os protocolos recomendados pelo seu médico de confiança é essencial para o seu bem-estar e para a manutenção da boa saúde. A seguir, vamos entender com mais detalhes quais são os tipos de diabetes!

Tipo 1

O Diabetes Mellitus Tipo 1 é causado por um problema relacionado ao sistema imunológico do paciente, que provoca uma disfunção autoimune. Ou seja, nesse caso, o organismo humano não reconhece a insulina de forma positiva e, então, começa a degradá-la.

Assim, as células do pâncreas sofrem danos por conta da ação autoimune e, consequentemente, a produção do hormônio é afetada, reduzindo a sua concentração no corpo. O grande “inconveniente” é que, com uma concentração diminuída, o corpo humano não consegue fazer a quebra da glicose gerada pela alimentação.

Resumidamente, o Tipo 1 tem origem genética ou autoimune e, por isso, os primeiros sintomas do diabetes começam a aparecer logo na infância ou no começo da adolescência. Portanto, mesmo com hábitos saudáveis, os pacientes tendem a desenvolver a doença.

No entanto, vale dizer que estamos falando do tipo menos comum, correspondendo a uma média de 10% dos casos. O número total de pacientes, porém, gera preocupação: estima-se, segundo o Ministério da Saúde, que 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos convivem com o quadro.

Tipo 2

O Diabetes Tipo 2 é o mais prevalente no Brasil, já que equivale a, aproximadamente, 90% dos casos. Os fatores que o desencadeiam são diferentes daqueles responsáveis pelo surgimento do Tipo 1.

Nesse caso, o corpo humano consegue, sim, produzir a insulina de forma adequada no pâncreas. A metabolização é que enfrenta problemas.

De modo geral, a condição é chamada de “resistência insulínica” e acomete diversos órgãos periféricos — principalmente na musculatura e no tecido adiposo. Diante dessa resistência, para tentar compensar a situação, o organismo tende a produzir níveis mais elevados do hormônio com o objetivo de regular as taxas de glicose.

Nesse contexto, o diabetes surge quando a produção de insulina não é mais suficiente, e os níveis de glicose continuam a subir. O tratamento, via de regra, envolve a mudança de comportamentos cotidianos e a administração de medicamentos específicos.

Em suma, a condição inicia, justamente, no processo de resistência à insulina. Então, se você já tiver esse quadro previamente diagnosticado, é superimportante manter um acompanhamento de rotina e mudar os hábitos para minimizar os riscos de desenvolver o diabetes.

Gestacional

As pessoas gestantes também têm chances de desenvolver o diabetes — porém, não necessariamente de forma crônica, vale dizer. Nesse caso, os sintomas da doença podem desaparecer após o parto.

Geralmente, a condição surge por haver uma sensibilidade maior à glicose e uma resistência à insulina mais significativa durante o período gestacional. Inclusive, na maioria dos casos diagnosticados, o diabetes gestacional ocorre próximo ao terceiro trimestre de gravidez.

Contudo, é interessante pontuar que, sob algumas circunstâncias, há uma propensão maior para o seu desenvolvimento, o que inclui:

●        Gestantes que já apresentaram o diabetes em outras gestações;

●        Histórico familiar;

●        Obesidade;

●        Diagnóstico de hipertensão arterial.

Pré-diabetes

Um quadro de pré-diabetes representa um “alerta vermelho”, indicando maiores riscos relativos ao — breve — surgimento da doença. Ou seja, a condição exige cuidado e atenção para prevenir que o diabetes seja desencadeado. Afinal, nesse momento, ainda é possível reverter o quadro.

O pré-diabetes é caracterizado quando a glicemia, em jejum, fica entre 100 mg/dl e 125 mg/dl. Então, estamos falando do momento no qual você deve adotar mais cuidados com a própria saúde e, se cabível, recorrer a mudanças de comportamento, pois bons hábitos serão fundamentais para evitar a doença. Portanto, cuide da sua alimentação e pratique atividades físicas.

Quais são os sintomas do diabetes?

O diabetes é uma doença silenciosa, ou seja, os seus sintomas mais claros começam a ser notados quando já há maiores complicações. Entretanto, alguns deles — para quem é mais atento aos sinais do próprio organismo — podem indicar que existe algo que merece a sua atenção.

Alguns dos seus principais sintomas são:

●        Sentir sede excessiva;

●        Aumentar a vontade de urinar (em quantidade e frequência);

●        Perder peso sem explicação;

●        Ter problemas de visão que não tenham causas oftalmológicas (por exemplo, enxergar com desfoque);

●        Sentir fome constantemente;

●        Ter sensação de fadiga frequentemente;

●        Perceber que a cicatrização no corpo está mais lenta do que o habitual;

●        Sentir dormências e formigamentos nas extremidades (mãos e pés);

●        Sentir mudanças de humor constantemente, mesmo sem causa aparente.

Como é feito o diagnóstico do diabetes?

Se você suspeita que possa ter diabetes, é superimportante buscar um médico endocrinologista para o diagnóstico. A partir da anamnese e do levantamento dos sintomas, o profissional poderá indicar exames de sangue para uma posterior análise.

Os indicadores que são avaliados e os parâmetros de resultado são os elencados a seguir.

Glicemia casual

No caso de glicemia casual:

●        Acima de 140mg/dl — sinal de alerta;

●        Acima de 200 mg/dl — diabetes.

Glicemia em jejum

No caso de glicemia em jejum:

●        É considerado normal — de 70 mg/dl a 100 mg/dl;

●        É considerado pré-diabetes — de 100 mg/dl a 125 mg/dl;

●        É considerado diabetes — acima de 126 mg/dl.

Hemoglobina glicada

Em relação à hemoglobina glicada, deve-se levar em consideração que:

●        É considerado normal — de 4,5% a 5,6%;

●        É considerado pré-diabetes — de 5,7% a 6,4%;

●        É considerado diabetes — um percentual superior a 6,5%.

Teste oral de tolerância à glicose

Já no teste oral que avalia a tolerância à glicose, é preciso levar em conta que:

●        É considerado normal — um valor inferior a 140 mg/dl;

●        É considerado pré-diabetes — valores entre 140 mg/dl e 199 mg/dl;

●        É considerado diabetes — um valor igual ou superior a 200 mg/dl.

Quais são os tratamentos indicados para os diabéticos?

Com o diagnóstico em mãos, é hora de começar o seu tratamento para alcançar uma melhor qualidade de vida e garantir que a sua saúde permanecerá em dia. A decisão dependerá, principalmente, do tipo de diabetes que foi detectado e do quadro encontrado.

Em casos de glicose mais descontrolada, por exemplo, o tratamento será diferente em comparação ao aplicável a quem está apenas começando a demonstrar taxas mais elevadas. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir o seu bem-estar.

Ao lidar com o Tipo 1, além da adoção de hábitos saudáveis, é necessário realizar a injeção diária de insulina para assegurar a execução das funções que esse hormônio desempenha no organismo humano. Afinal, como você viu, o paciente tende a não ter os níveis adequados de insulina no corpo devido a problemas no sistema imunológico, que a combate.

Já o Tipo 2 e o diabetes gestacional podem ser controlados por meio de medicações orais e de uma dieta alimentar que envolva um menor consumo de carboidratos. Apenas lembre-se de que essa mudança deve ser devidamente prescrita e orientada por um nutricionista. Aliás, atividades físicas também ajudam no controle da glicose.

Como prevenir o diabetes?

Independentemente de haver um quadro de pré-diabetes ou de não existir nenhum sinal de risco, bons hábitos de vida ajudam a prevenir a doença. Inclusive, as mudanças provocadas no cotidiano e no estilo de vida ajudam também a afastar outras patologias.

Nesse sentido, os cuidados recomendados por especialistas de saúde são:

●        Praticar atividades físicas regularmente;

●        Ter uma boa alimentação, evitando o consumo excessivo de carboidratos complexos e de açúcares e mantendo uma maior ingestão de fibras;

●        Reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras;

●        Diminuir o consumo deálcool;

●        Evitar o tabagismo;

●        Cuidar de eventuais quadros de obesidade;

●        Fazer um acompanhamento de rotina para monitorar os indicadores de saúde;

●        Hidratar-se adequadamente.

O diabetes tem cura?

Muitas pessoas se perguntam se haverá um momento no qual poderão interromper o tratamento do diabetes após alcançar a cura. Infelizmente, a resposta é “não”, afinal, a doença é incurável. A única exceção, na verdade, é o diabetes gestacional, que pode ser, sim, um quadro transitório, como vimos.

Nesse último caso, a sensibilidade à glicose e a resistência à insulina podem cessar após o parto, com a regularização dos hormônios. Ainda assim, porém, é recomendável manter um acompanhamento, pois há situações nas quais a pessoa parturiente desenvolve o diabetes crônico e precisa do tratamento após o nascimento da criança.

No caso do diabetes Tipo 1, o quadro autoimune é genético e, portanto, sempre será necessário repor os níveis de insulina. Por isso, o tratamento com o uso do hormônio sintético começa desde o início do diagnóstico e permanece ao longo da vida.

Já no diabetes Tipo 2, a resistência à insulina é um quadro permanente. Portanto, será indispensável o uso de medicamentos para o controle da glicemia também ao longo de toda a vida. A sua administração pode ser direcionada, por exemplo, para aumentar a sensibilidade do organismo à insulina que é produzida pelo pâncreas.

A propósito, também é possível recorrer a um tratamento que auxilie a impedir a digestão e a absorção de carboidratos no intestino, diminuindo a concentração da glicose no organismo. Outro tipo, por sua vez, envolve o uso de estimulantes de produção de insulina no pâncreas, por meio de sulfonilureias e glinidas.

Caso, ainda assim, o quadro não se estabilize — e, dependendo da evolução do tratamento —, uma possibilidade é optar pelo uso de insulina sintética no diabetes Tipo 2. No entanto, isso deverá ser pensado caso a caso.

Agora que você sabe mais sobre os diversos aspectos do diabetes e quais são os riscos que a doença pode oferecer à saúde, vale a pena adotar novos hábitos. Afinal, além de as condutas positivas ajudarem a cuidar melhor da saúde, de modo geral, são úteis para prevenir essa e diversas outras doenças crônicas.

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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.

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