Cuidado Contínuo
A depressão é uma doença de ordem psiquiátrica que causa consequências como a desesperança crônica diante da vida e das suas possibilidades. É uma situação grave e que deve ser tratada com seriedade, já que pode oferecer riscos à vida. Por isso, o primeiro passo para uma boa abordagem é entender em que ela consiste.
No post de hoje, vamos ajudar você a entender melhor essa doença, como ela se diferencia da tristeza comum, quais são as suas principais causas e sintomas, além de falar um pouco sobre o diagnóstico e o tratamento. Então, se esse assunto interessa a você por alguma razão, acompanhe!
O que é depressão?
De acordo com o site do Dr. Drauzio Varella, a depressão é uma doença crônica, caracterizada por períodos de recorrência que são acompanhados de uma alteração importante no humor. A pessoa sente uma tristeza profunda, associada a sentimentos como a amargura, ao desencanto e a falta de esperança.
Além dos sintomas psicológicos e emocionais, extremamente desagradáveis, a doença ainda pode resultar em outros sinais físicos, decorrentes da autonegligência da pessoa com o seu bem-estar. Outro sinal típico e perigoso desse quadro é a inclinação a desistir da vida, ou seja, recorrer ao suicídio.
Qual é a diferença entre tristeza e depressão?
É interessante que saibamos diferenciar a depressão de uma tristeza comum, que eventualmente vai surgir em nossa vida diante de circunstâncias específicas, como:
● a perda de um ente querido ou de um amigo próximo;
● um aborto espontâneo;
● uma demissão indesejada;
● problemas financeiros; e assim por diante.
Esse tipo de acontecimento gera um desconforto significativo, às vezes por um bom período da nossa vida, mas essa tristeza e descontentamento com as dificuldades nem sempre é algo patológico. Normalmente, as pessoas nessa situação encontram uma forma de sair desse sentimento de pessimismo e desalento.
Por outro lado, quem tem depressão não experimenta um alívio para a tristeza e, muitas vezes, não há sequer uma causa aparente para o desânimo. A depressão, sem um tratamento adequado, é permanente e nociva para todos os aspectos da vida, por isso é tão importante buscar ajuda.
Quais são as principais causas da depressão?
As causas da depressão podem variar muito, mas podem estar associadas a experiências que causaram muita dor e tristeza. Por isso, não é raro que ela seja desenvolvida a partir de acontecimentos traumáticos, como a perda de alguém amado, um desencontro amoroso, um acidente grave, uma doença, um abuso sexual e assim por diante.
Porém, também não podemos ignorar aqueles casos em que a depressão vai se instaurando aos poucos, quando a pessoa é submetida a situações que duram anos, como:
● violência doméstica (física ou verbal);
● ofensas constantes no trabalho ou na família;
● incompreensão dos pares românticos ou dos pais, quando criança;
● bullying;
● relacionamentos tóxicos, românticos ou não; etc.
E ainda há aqueles casos em que o problema acontece por um desequilíbrio bioquímico, seja provocado pelo uso prolongado de álcool e drogas, seja em função de outras doenças.
Quais são os sintomas de depressão?
Embora os sintomas não sejam suficientes para diagnosticar uma depressão, é importante observá-los com atenção. Isso vai ajudar a redobrar os cuidados e, eventualmente, a encaminhar a pessoa para um acompanhamento antes que o quadro se agrave.
A lista de sintomas mais comuns pode incluir fatores como:
● culpa;
● pensamentos negativos;
● melancolia;
● inquietude ou agitação;
● sentimento de desespero;
● mal-estar persistente;
● sensibilidade à dor;
● fadiga constante.
Em geral, a pessoa vai perdendo o interesse por atividades de que antes gostava. Além disso, deixa de ter cuidados básicos consigo mesma, como não manter a higiene pessoal ou da casa, deixar de comer ou comer de forma desequilibrada, fazer uso excessivo de substâncias como álcool, nicotina e outras drogas etc.
Consequentemente, outros sinais começam a surgir em função desse “descuido” (que não é intencional), tais como:
● perda ou ganho de peso;
● distúrbios do sono, como insônia ou sonolência exagerada;
● dificuldade de concentração;
● baixa autoestima;
● queda na libido.
Além disso, podemos citar outros problemas correlacionados, como ansiedade, obesidade, anemia, entre outros.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento de depressão?
O diagnóstico da depressão precisa ser feito por um profissional especialista, o psiquiatra. Para isso, ele fará uma análise clínica a partir dos sintomas relatados, mapeando os principais sinais da doença e identificando cada um deles no paciente.
Também é feita uma avaliação para determinar se a depressão não é um sintoma associado a outra doença. Nesse caso, é preciso tratar a causa primária, afinal, não adiantará abordar apenas a depressão em si. Por isso, o diagnóstico diferencial é uma parte bastante importante desse processo.
Já quanto ao tratamento, é fundamental trabalhar os sintomas. Em casos leves, o acompanhamento psicoterápico é o mais indicado, e em casos graves, é indispensável. Conforme o caso vai se agravando, pode ser necessário o uso de medicamentos antidepressivos para “forçar” o organismo da pessoa a responder e sair da crise. Dependendo do quadro, o psiquiatra também pode indicar o uso de ansiolíticos e antipsicóticos, sempre com a finalidade de aliviar os sintomas.
Tão importante quanto a abordagem psicoterápica e a medicamentosa, são as recomendações na mudança do estilo de vida e no modo da pessoa lidar com as próprias frustrações. Não à toa, muitos médicos acabam recomendando práticas complementares para o tratamento, como:
● procurar refúgio na natureza, por meio de caminhadas, trilhas, esportes ao ar livre, acampamentos, banhos de mar ou de rio e afins;
● praticar esportes regularmente, facilitando o trabalho do metabolismo ao produzir os hormônios necessários para o corpo se manter saudável;
● tomar banhos de sol com certa frequência, repondo a vitamina d, que é importantíssima para quem tem depressão;
● aprender a sentir dor e sofrimento de uma maneira saudável, sem negar ou evitar o desconforto, para deixar ir no tempo certo;
● aderir a práticas como meditação, yoga, dança e tantas outras que podem ajudar a desenvolver consciência mental e corporal.
Como a depressão é crônica, é preciso desenvolver um trabalho contínuo de fortalecimento da autoestima e do autocuidado. Ainda que a pessoa não sinta vontade de cuidar de si mesma, é fundamental que ela tenha uma rotina que leve a hábitos saudáveis, colocando seu organismo nesse movimento natural de mais saúde.
Obviamente, estar perto das pessoas que ama, socializar com mais frequência e descobrir suas preferências pessoais também pode contribuir para uma vida mais prazerosa e satisfatória. Logo, essa pode ser uma chave para conviver melhor com a condição da depressão.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.