Deficientes Auditivos e a comunicação no mercado

Karen Libman
     Graduada na FMU – Psicólogo  – CRP 06/89380
 

Deficiência ou Eficiência?

Surgiu a ideia em escrever sobre a comunicação, uma vez que observamos o cotidiano das pessoas que tem pressa em resolver as coisas de maneira “eficaz”, porque tempo é dinheiro! Porém, aparecem os desentendimentos prejudicando os negócios que não são fechados, os relacionamentos que se rompem, esses acontecimentos são devido à falha de comunicação, o qual cada um interpreta de uma forma diferente. Mas, por que estamos falando sobre a comunicação?  

A sociedade brasileira não tem paciência, uma palavra que não existe na vida de cada um, porque ela é imediatista, consumista e individualista.

Não é a toa que Freud escreveu um artigo, em 1930, sob o titulo “Mal estar na civilização”, vol. XXI

: “É impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação — isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida…..

Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão. Facilmente, poder-se-ia ficar inclinado a supor que, no final das contas, apenas uma minoria aprecia esses grandes homens, ao passo que a maioria pouco se importa com eles”. 

Observamos que os surdos que se comunicam apenas por Libras, o processo cognitivo é totalmente diferente daqueles que possuem a língua portuguesa como nativa.

Embora que o LIBRAS, atualmente é língua oficial usada pelos surdos, sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002, que dá a conotação de ideias dependendo do contexto, possui aproximadamente 6 mil verbetes contra os 500 mil da língua portuguesa, é uma diferença gritante!

Daí a dificuldade de comunicação entre os ouvintes (incluindo os deficientes auditivos oralizados) e os surdos que só se comunicam por esse meio.

Sem o vasto vocabulário, as complicações de entendimento para dar a continuidade na comunicação fazem com que os ouvintes, aparentemente, se afastem do surdos e estes, se fecham e acabam indo para seus grupos, os quais se identificam.  É um círculo vicioso. 

E quanto aos deficientes auditivos oralizados, como ficam?

Aparentemente, com a generalização que a sociedade se deu em relação aos surdos, ficam prejudicados.

Estes sujeitos, com perseverança, acreditaram em seu potencial e suas habilidades, deslancharam na lingua portuguesa, em sua maioria convivem com os ouvintes e são ávidos pela literatura, procuram se aperfeiçoar na compreensão escrita e verbal, como? Treinando e buscando no dicionário, as palavras desconhecidas.

Deste modo, a vida torna-se mais leve e fácil e obviamente, os deficientes auditivos oralizados, batalham por um emprego e salário melhor. 

No mercado de trabalho, por exemplo, é exigente no quesito do conhecimento da lingua nativa: o português e são descartados, os sujeitos que não apresentam o mínimo de conhecimento dessa língua. Aparentemente, as pessoas que são leitores vorazes, são os que tem chances maiores de encontrar trabalho, porque a comunicação empresarial é imprescindível para o sucesso do negócio.  

Muitas empresas acabaram criando vagas operacionais com salários baixos, devido à falta de conhecimento que existem deficientes auditivos ou não com nível superior, os quais são em minoria, podem perfeitamente ser aproveitados, alavancando no crescimento e sucesso do negócio e consequentemente, melhora a diversidade dentro das corporações. Todos ganham, mas, para isso acontecer, os salários e os benefícios precisam ser atrativos. 

Contudo, a língua portuguesa é rica em termos de vocabulário e é complexa na gramática, vai depender de cada indivíduo melhorar a comunicação. Como?

Ter sacrifício e tempo para leitura, principalmente livros, visando o aumento de vocábulos e o progresso na interpretação de texto, os quais ajudam tanto na compreensão escrita como na verbal.  Consequentemente, a pessoa vai  se beneficiar e ter sucesso nas relações intrapessoais e interpessoais, seja familiar, afetiva, profissional e social.  

TAGS: Pessoas com Deficiência auditiva, Mercado de Trabalho, Coluna

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