A liderança não inclusiva pode comprometer a gestão de talentos em uma companhia. Por isso, é essencial que os gestores estejam atentos aos sinais desse problema e atuem para alinhar os líderes à cultura de inclusão.
O que é uma liderança não inclusiva?
A liderança não inclusiva é aquela que não fomenta a diversidade em sua equipe, ou seja, não valoriza as diferentes visões, experiências e condições das pessoas. Esse tipo de postura pode promover a exclusão de grupos, que considera menos capazes.
Quais as origens desse comportamento?
Uma pessoa que promove a liderança sem inclusão nem sempre o faz de forma consciente. Isso porque, em muitos casos esse tipo de ação parte de vieses inconscientes, que podem se relacionar a diversos fatores, como:
- gênero;
- origem ou classe social;
- grau de instrução ou instituição de formação;
- condições físicas, como alguma deficiência, por exemplo.
A própria trajetória de uma pessoa, que não conviveu com pessoas de realidades diferentes da sua, pode torná-la menos flexível para incluir perfis diversos em sua equipe. No entanto, essa é uma habilidade que pode se adquirir, se houver abertura para lidar com o novo.
Quais são os sinais de uma liderança não inclusiva nas empresas?
Alguns sinais, como alta rotatividade, bem como falta de diversidade podem indicar uma liderança não inclusiva. Além disso, é importante observar se o líder apresenta adesão a projetos que visam promover a inclusão na empresa.
Para mapear essas situações, uma sugestão é realizar de forma periódica pesquisas de clima entre as equipes. Dessa forma, é possível ter uma percepção melhor de como os funcionários se sentem em relação ao líder.
Um ponto importante para incentivar a participação nesse tipo de avaliação é garantir que os participantes não sejam identificados. Assim, as pessoas se sentirão mais seguras a dar sua contribuição sem receio de sofrer represálias.
Como lidar com um líder não inclusivo?
Quando se identifica esse tipo de conduta dentro da empresa, é importante dar a chance de ouvir o líder e entender quais as suas dificuldades. Também é essencial dar exemplos de ações não inclusivas, para a pessoa tomar consciência quanto ao modo de agir.
Também é válido pontuar que, mesmo que a pessoa entregue bons resultados práticos, ou seja, atinja as metas que se espera, mudar o comportamento pode fazer com que obtenha números ainda melhores.
Outro ponto crucial é delimitar um plano de mudança para a pessoa corrigir o seu modo de conduta com os liderados. Mas, caso não se observe uma melhora ou a iniciativa em se adequar à cultura da empresa, a alternativa é substituir a liderança.
Quais são os prejuízos da liderança não inclusiva?
A liderança não inclusiva pode trazer muitos prejuízos para uma empresa, uma vez que os membros da equipe podem se sentir desmotivados por não ter espaço para expor suas ideias.
Isso resulta em uma queda na produção e na satisfação com o trabalho, ou seja, as pessoas ficam menos engajadas no projeto. Ainda, dificulta montar uma equipe multiprofissional e diversa, o que é essencial para obter soluções criativas.
Retenção de talentos
Esse tipo de atitude por parte dos líderes também pode afastar bons profissionais, uma vez que não se sentem valorizados dentro da companhia. Isso gera mais custos com rescisões, bem como, processo de seleção e treinamento de novos funcionários.
Imagem da empresa
Outro ponto que merece atenção é a imagem negativa que uma liderança que não respeita a inclusão pode gerar perante clientes e parceiros de negócios. Afinal, cada vez mais se valorizam empresas com responsabilidade social.
A liderança não inclusiva prejudica pessoas com deficiência?
As pessoas com deficiência, sem dúvida, são um dos grupos que mais sofrem com a liderança não inclusiva. Isso porque, a Lei de Cotas, por si só não garante que esse grupo consegue de fato ser incluído dentro do mercado de trabalho.
Não são raros os casos em que, a pessoa que é contratada receba tarefas menos complexas do que as poderia realizar, ou ainda não tenha suas opiniões validadas apenas em razão de sua deficiência.
Nesse contexto, ainda que consiga uma vaga, não consegue exercer seu trabalho de forma plena por conta de um estigma social.
Como reverter a liderança não inclusiva?
Para transformar uma liderança não inclusiva é essencial trabalhar a consciência dos líderes sobre esse tema. Nesse contexto, é preciso que todos estejam alinhados em relação aos valores e à cultura da empresa.
Promover um treinamento de liderança também é uma boa forma de melhorar esse aspecto, e pode abranger vários pontos, cocomo, por exemplomo por exemplo:
- como avaliar competências;
- formas de dar feedbacks;
- compreensão sobre vieses inconscientes.
Isso pode ocorrer em diversos formatos, como palestras, workshops, bem como, por meio de materiais educativos, que destaquem a importância da inclusão para as empresas.
Promova lideranças entre a equipe
Outra forma de ter uma liderança inclusiva na empresa é valorizar e formar os talentos que já possui dentro da companhia e já integrados com seus valores.
Muitas vezes, é mais simples capacitar alguém para ter a habilidade de liderança, do que mudar a mentalidade de um líder não inclusivo.
Isso inclusive pode servir como incentivo para os demais, que passam a ver formas de crescer dentro da empresa.
Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Igual/Internet